Formação

O Amor Fraterno: Chamado à Santidade Concreta 6w6r4z

A nossa referência de Amor fraterno é Jesus Cristo, que, tendo amado os seus, amou-os até o extremo (Jo 13,1). Isso nos leva a refletir: O que é o amor? Como estou amando os meus irmãos? 485q4o

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Somos chamados a dar provas de Amor uns pelos outros, como dizem os nossos Escritos da Comunidade Católica Shalom: “O carisma da paz não se vive sem o amor fraterno, sem a decisão concreta por nossos irmãos.” É aí que a nossa fecundidade na evangelização encontra alimento. Para nós, que somos chamados a ser Shalom, a vida de oração – que é união com Deus – se traduz em vida de unidade. E essa unidade torna a evangelização fecunda e eficaz.

O amor de Deus por você, por mim, não é um sentimento: é uma decisão. Por isso, somos chamados a decidir pelos nossos irmãos, a amá-los como o Senhor nos ama – não de forma ageira, mas por meio de uma decisão pessoal e firme pelo outro. Essa é a lógica do Evangelho, é a lógica da Cruz.

Esse amor se concretiza na doação total de si: sem reter dons, sem reservas, acreditando na santidade do outro – que é meu próximo, a pessoa que mora comigo. Deus sonha que ele seja santo e ele está lutando por essa santidade. Talvez não lute como eu luto ou como eu gostaria que ele lutasse, mas está lutando como o Espírito o inspira, do jeito que ele pode e sabe. A santidade não é um molde único, mas um caminho pessoal.

Amar não significa esperar perfeição, mas reconhecer a dignidade e o chamado do outro. O sonho de Deus para a minha santidade e para a santidade dele não nos torna pessoas perfeitas, mas nos coloca no mesmo caminho. Desejamos o mesmo Céu. Assim como eu nem sempre tenho forças, nem sempre luto e nem sempre deixo a graça agir, o mesmo acontece com o meu irmão.

Você já parou para pensar que a pessoa que está ao seu lado pode estar, um dia, em processo de canonização? Já pensou que ela pode interceder por você no Céu? 1b5qq

O Céu está próximo, como nos lembra Carlo Acutis, jovem do nosso século que acreditou e viveu o sonho de Deus para sua vida – e, por isso, transbordou amor. Ele dizia:

“A tristeza é o olhar voltado para si. A felicidade é o olhar voltado para Deus.”

A santidade de Carlo Acutis, reconhecida pela Igreja, nos mostra que é possível viver uma vida de Amor profundo mesmo na juventude, no cotidiano, na cultura digital. Ele usava seus dons com simplicidade e entregava cada ato de Amor como Oferta.

Faz parte de acreditar na Santidade do outro deixar de julgá-lo, assim como Jesus não me julga a cada minuto, nem julga você. Não precisamos viver em tensão, mas em amor. O amor não aponta o dedo; estende a mão. Amar é ver com os olhos da misericórdia.

Faz parte do amor-próprio reconhecer que estou vivendo meu processo de santidade, ao mesmo tempo, em que o outro também vive o dele. Isso é essencial para a experiência do amor. E falar de amor é também falar de perdão – um perdão que precisamos alimentar diariamente, para nos aceitarmos e para aceitar o outro.

A Comunidade Shalom, na sua formação, nos ensina que a fecundidade na Evangelização está profundamente ligada à Unidade e ao Amor Fraterno. Quando nos doamos sem reservas, quando deixamos que a graça nos transforme e transformamos o nosso olhar sobre os outros, tudo muda. A Paz que anunciamos ganha corpo, carne, rosto.

A vida fraterna é o terreno onde o carisma floresce. 3p2a2a

Nela aprendemos que o amor é concreto, que a pela paciência, pela escuta, pela correção fraterna, pelo silêncio que ama, pela palavra que edifica, pelo serviço gratuito. É nesse amor encarnado que Deus age.

O Papa Francisco, em diversas ocasiões, nos exorta a não sermos cristãos de aparência, mas de gestos concretos de caridade. Ele disse:

“O amor fraterno é o que nos torna cristãos reconhecíveis.”

Quando acreditamos na santidade do outro, não apenas convivemos com ele: nós nos tornamos aliados no seu caminho com Deus. Isso muda tudo. Muda como falamos, como olhamos, como corrigimos, como perdoamos, como oferecemos nosso tempo.

E quando caímos na tentação de comparar processos ou julgar a caminhada alheia, precisamos lembrar: a santidade é obra do Espírito Santo. Ele é quem guia, fortalece, levanta. Cabe a nós sermos irmãos de verdade.

Talvez você esteja convivendo com uma pessoa que tem limitações claras, dificuldades de expressar afeto, medos, feridas e, ainda assim, essa pessoa é chamada à santidade. Deus não se engana nas escolhas. E você também é chamado a ser canal de amor para que ela floresça.

O amor fraterno não é opcional. Ele é critério de autenticidade da nossa fé. “Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).

Vivamos então essa decisão de amor com coragem. Com perseverança. Com o coração de quem ama até o extremo, como o Mestre.

Noor Gonzalez
Consagrada da Comunidade Shalom, Comunidade vida – Missão Fortaleza


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